Mais de 60 moradores da comunidade de São Sebastião (Cova da Onça) compareceram na última terça-feira (04 de abril) ao Centro Comunitário de Boipeba, portando cartazes e gritando palavras de ordem, para defender o desenvolvimento sustentável da comunidade. Segundo eles, nos últimos anos somente a localidade conhecida como “velha Boipeba”, que tem o maior número de pousadas e melhor infraestrutura, tem recebido investimentos, enquanto que o outro lado da ilha “fica a ver navios”.
Os ânimos se acirraram em Boipeba desde que a construção do projeto Fazenda Ponta dos Castelhanos – um condomínio de casas, com duas pousadas –, foi aprovada no último dia 7 de março pela Portaria 28063 do Instituto de Meio Ambiente e Recursos Hídricos da Bahia (Inema).
O assunto ganhou repercussão nas redes sociais, dividindo opiniões. Convocada pela Defensoria Pública do Estado da Bahia, a reunião ampliada contou com a participação de representantes da Secretaria de Gestão do Patrimônio da União (SPU) e do Ministério Público Federal (MPF), entre outros órgãos.
Para os moradores de Cova da Onça, o projeto é bem-vindo porque, segundo eles, a comunidade será contemplada por uma série de benefícios, como emprego e renda, campo de futebol, projeto integrado de saneamento e infraestrutura pública comunitária, coleta seletiva e estação de tratamento de lixo, Centro de Cultura e Capacitação, requalificação do atracadouro, tudo isso como parte de um conjunto de 59 condicionantes definidas pelo Inema.
“Não entendo por que essa reunião está sendo realizada aqui, na Velha Boipeba, e não na Cova da Onça”, reclamou o empresário Valdo Magalhães, dono de um restaurante na localidade. “Viemos dizer ao poder público e aos ambientalistas que estamos lutando pelo desenvolvimento sustentável da Cova da Onça. Por isso apoiamos a construção desse projeto, que vai gerar emprego e renda na comunidade, além de melhorar a qualidade de vida em toda a Ilha”.